Ciência:Crânio do maior dinossauro do Jurássico apresentado sábado na Lourinhã, c/ Fotos

Lourinhã, Lisboa, 31 Jul (Lusa) -- O Museu da Lourinhã apresenta sábado o crânio de um dinossauro Torvosaurus, o maior carnívoro terrestre do Jurássico (com aproximadamente 150 milhões de anos), construído a partir do fóssil de um osso original encontrado no concelho.

O fóssil descoberto na Lourinhã pertence ao maxilar e ainda conservava os dentes cortantes em forma de faca, com 13 centímetros, adaptados para cortar as presas, disse à Lusa o especialista em dinossauros do Museu da Lourinhã, Octávio Mateus.

O Torvosaurus, espécie que significa 'lagarto selvagem' foi o maior predador terrestre do período do Jurássico.

"Os achados de ossos do crânio são extremamente raros porque são muito finos e separam-se entre si com muita facilidade", explicou o paleontólogo.

"É uma descoberta extraordinária", considerou Octávio Mateus.
O Museu da Lourinhã estuda e expõe espécies de dinossauros desde 1984 e tornou-se conhecido pelos achados de ovos de carnívoro que receberam o nome de Lourinhanosaurus.

O museu alberga ainda vários esqueletos e pegadas de outros dinossauros herbívoros e carnívoros descobertos na Lourinhã e que têm sido alvo de estudos científicos por equipas locais e da Universidade Nova de Lisboa.

O primeiro Torvosaurus foi descoberto em 1972 no Colorado (Estados Unidos da América) e descrito por Peter Galton e James Jensen, em 1979, como o maior dinossauro carnívoro do Jurássico até então conhecido.

O espécime português, encontrado na Lourinhã, e que teria um comprimento de 14 metros, tinha um crânio que media cerca de metro e meio, dimensões que excedem ligeiramente as do norte-americano e, por isso, "é o maior do período Jurássico actualmente conhecido", concluiu Octávio Mateus.

O achado foi encontrado a 27 de Julho de 2003 por uma criança de 10 anos que passeava com o pai e o entregou ao Museu da Lourinhã.

A apresentação pública da réplica do crânio, que decorrerá sábado, vai estar a cargo de Octávio Mateus e de Miguel Telles Antunes, da Academia das Ciências de Lisboa, da Universidade Nova de Lisboa e Museu da Lourinhã.

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